Linux > O fim do CentOS como o conhecemos

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O CentOS Linux (Community ENTerprise Operating System), criado em 2004, tem sido uma distribuição Linux largamente utilizada por empresas do mundo todo. Por ser um fork do RHEL, ou seja, uma cópia exata, e ser mantido originalmente pela comunidade Linux, dispensa custos de licenciamento, pois o RHEL é licenciado. Empresas ricas, inclusive, que possuem nível técnico para dispensar o suporte da Redhat, optam pelo CentOS.

Em 2014 a Redhat incorporou o projeto CentOS. Essa parceria tinha como propósito ajudar no mantenimento do CentOS, que até então era feito exclusivamente pela comunidade Linux. Isso deu poderes a Redhat.

Contudo, a recente aquisição da Redhat por parte da IBM pode ter mudado um pouco o foco das coisas, pois nesta semana, no dia 08/12/2020, a Redhat anunciou que o CentOS deixará de existir como fork do RHEL a partir de 31/12/2021 e passará a ser mantida apenas como distro Stream.

O que isso significa?

O CentOS 7 possui EOL em 2024. Nada muda com esse sistema. Já o CentOS 8, que esperava-se um EOL muito maior, será descontinuado em 31/12/2021. Não haverá um CentOS 9, por exemplo.

O CentOS Stream existe desde 2019. Trata-se de uma versão de testes do RHEL (downstream). Ou seja, não é um fork; é uma plataforma de desenvolvimento onde a empresa testa as funcionalidades do RHEL. Tudo que um dia fará parte do RHEL é antes testado no CentOS Stream, o que implica em possíveis bugs e vulnerabilidades, entre outros, sendo isso um tipo de comportamento esperado em distribuições desta natureza.

Essa proposta não agrada as empresas, pois o foco desse tipo de distribuição é proporcionar novas funcionalidades aos profissionais da área, que ao utilizá-las, voluntariamente ou involuntariamente, testam e reportam bugs para posterior correção e lançamento no RHEL. Para as empresas isso pode gerar perdas.

Ciclo de Desenvolvimento

Para entendermos como o CentOS Stream funciona, basta observamos a imagem destacada a seguir:

Perda de mercado

É esperado que o CentOS perca mercado. Muitas empresas tendem a migrar para outras distribuições Redhat-like ou até mesmo Debian ou Debian-like. Hoje, o único sistema com a mesma proposta do CentOS e pronta para uso é o Oracle Linux. No entanto, há outras iniciativas para fork do RHEL surgindo a partir do anúncio feito pela Redhat, como o Rocky Linux e o CloudLinux Free, que devem entrar em estágio de desenvolvimento no Q1 de 2021.

Opinião

Quem hoje roda CentOS 7 deve ficar mais tranquilo graças ao EOL que vai até 2024. Já aqueles que estão no CentOS 8, devem começar imediatamente a buscar uma alternativa, caso não queira ficar no CentOS Stream.

IBM e Redhat devem saber o que estão fazendo, pois descontinuar uma distro tão importante quanto o CentOS Linux pode ser um tiro de bazuca no pé. Soa ilógico perder clientes desta forma, até porque a empresa já contava com o Fedora como plataforma de testes.

A Oracle, por exemplo, possui milhares de clientes na versão free do sistema. Preferem mantê-los e prospecta-los, tentando seduzi-los com K-Splice e Suporte 24/7, além de manter sua imagem ligada à eles, do que jogá-los no mercado em busca de outra distro.

Que loucura, meus amigos. Quem viver verá se isso foi uma boa ideia da Redhat ou não.

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