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Tempo de leitura: 2 MinutosO Fedora 24 foi lançado em 21/6 e, como sempre, nos trouxe boas novidades. Desta vez, a grande novidade fica por conta do Flatpak. Trata-se de um novo sistema e um novo conceito de pacotes para desktops GNU/Linux. Sua finalidade é compatibilizar pacotes entre distribuições.
Para entender seu conceito, precisamos entender o cenário atual em termos de pacotes de softwares: Resumidamente falando, hoje as várias distribuições GNU/Linux possuem vários tipos de gerenciadores de pacotes (a ver: APT, Aptitude, YUM, DNF, Zipper, Yast, etc) para os vários tipos de pacotes existentes (.deb, .rpm, etc). Cada pacote é compatível com o seu gerenciador de pacotes em específico. Ou seja, quem desenvolve e mantém um software precisa empacotá-lo várias vezes para os vários formatos de pacotes e de gerenciadores de pacotes. Muitas vezes, devido a todo esse trabalho, desenvolvedores de software simplesmente não mantém pacotes para seus softwares, deixando esse trabalho para as comunidades das distribuições GNU/Linux. E em função disso, muitos softwares acabam ficando com versões diferentes em cada distribuição.
O Flatpak pretende acabar com isso, tornando um mesmo pacote compatível em diferentes distribuições GNU/Linux. Desta forma, teríamos todos softwares em versões idênticas mesmo em distribuições distintas.
Além da vantagem da compatibilidade, o Flatpak também trabalha com sandboxes, que consiste em isolar aplicações umas das outras e do próprio sistema operacional. Desta forma, uma aplicação não interfere na outra, seja no aspecto da segurança ou de performance.
Pontos a serem observados:
Tenho algumas observações quanto ao Flatpak:
1 – Comandos longos e pouco intuitivos: os comandos do Flatpak possuem muitos parâmetros. Geram um certo desconforto no começo.
2 – Poucos repositórios, mirrors e poucos softwares disponíveis nesses repos: obviamente que o Flatpak está engatinhando. Hoje são poucos os softwares disponíveis, mas espera-se que logo isso mude. Mirrors também são poucos.
3 – Devido ao isolamento (sandbox), é preciso instalar as dependências dos softwares que instalamos (runtimes). Um runtime como “org.gnome.Platform” chega a ter 123MB.
Vale observar que Flatpak não substituirá gerenciadores de pacotes da noite para dia. Isso levará tempo.
Resumo:
Se o Fedora 24 será um marco ou não, só o tempo dirá. A ideia do Flatpak é genial. Se vingar, será um marco. Vale lembrar que em um passado relativamente recente, o Fedora apresentou ao mundo o System D, que hoje é utilizado por muitas distribuições GNU/Linux. É dar tempo ao tempo e manter-se em dia com as novidades do Flatpak.
Para mais detalhes sobre o Flatpak, visite o site do Fedora Magazine:
https://fedoramagazine.org/explore-flatpak-fedora-24/